Sete dias sem fim - Jonathan Tropper

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Autor: Jonathan Tropper
Editora: Arqueiro
Páginas: 295


Judd Foxman pode reclamar de tudo na vida, menos de tédio. Em questão de dias, ele descobriu que a esposa o traía com seu chefe, viu seu casamento ruir e perdeu o emprego. Para completar, seu pai teve a brilhante ideia de morrer. Embora essa seja uma notícia triste, terrível mesmo é seu último desejo: que a família se reúna e cumpra sete dias de luto, seguindo os preceitos da religião judaica.
Então os quatro irmãos, que moram em diversos cantos do país, se juntam à mãe na casa onde cresceram para se submeter a essa cruel tortura. Para quem aprendeu a vida inteira a reprimir as emoções, um convívio tão longo pode ser enlouquecedor.

Com seu desfile de incidentes inusitados e tragicômicos, Sete dias sem fim é o livro mais bem-sucedido de Jonathan Tropper. Uma história hilária e emocionante sobre amor, casamento, divórcio, família e os laços que nos unem – quer gostemos ou não.



"Nunca se sabe quando há de ser a última vez que veremos nosso pai, ou beijaremos nossa esposa, ou brincaremos com nosso irmãozinho, mas sempre há uma última vez. Se conseguíssemos nos lembrar de todas as últimas vezes, jamais pararíamos de sofrer". Pág. 138/139.

Sabe quando parece que tudo dá errado na sua vida ao mesmo tempo? É o que acontece com Judd, que além de perder a mulher para o chefe e o emprego, o pai dele morre. Devido a isso, todos os quatro irmãos e suas respectivas famílias se reúnem na casa de sua mãe para cumprir o último desejo do falecido pai, que são sete dias de luto de acordo com a religião judaica, chamado de shivá.

Durante o período de shivá, a família deve permanecer na mesma casa, que fica aberta toda a tarde e os parentes devem ficar sentados em banco recebendo visitas de outros familiares, vizinhos e amigos.

Como toda família, eles tem vários problemas e as situações em que se encontram durante o luto são divertidas e cômicas, mas também são bem interessantes e eu diria até reais em alguns pontos, já que todos tem algum problema na família, mesmo que seja do tipo mais bobo e dá até para se identificar com algumas situações.

Nesse período de sete dias em que são obrigados a conviver, Judd precisa lidar  com suas emoções e sentimentos, coisa que sempre evitou ao máximo. Ele ainda reencontra pessoas com quem conviveu durante a infância, briga com alguns irmãos e parentes, mas também aproveita o tempo para repensar o que fez e anda fazendo da vida. O livro é narrado por ele e a maioria das situações são cômicas da forma como é narrado pelo personagem, que sempre tem um comentário irônico, engraçado ou dramático para cada situação. 

É uma comédia que além de fazer rir também faz pensar sobre vários assuntos. Durante o período em que convivem, além de brigarem muito os irmãos também relembram o passado e começam a enxergar as coisas de uma maneira diferente, enfrentam situações em que querem se matar e outras em que percebem que são acima de tudo uma família e passam e tentam se entender melhor.

"Às vezes, satisfação é uma questão de força de vontade. Precisamos ver o que temos diante do nariz, o que isso pode vir a se tornar, e parar de comparar com o que perdemos. Sei que isso é sábio e verdadeiro, assim como sei que praticamente ninguém consegue colocar em prática". Pág. 220

Tem ainda outros diversos personagens que, cada qual com sua história, nos fazem refletir sobre determinados assuntos. O livro fala sobre amor, traição, perdão, família e sobre valorizar certas coisas da vida. Apesar de tratar de um tema como a morte de uma pessoa e como isso afeta a família, por usar da comédia acaba não sendo um livro pesado.

Para citar um ponto negativo, no começo do livro somos apresentados a muitos personagens e eu demorei pra distinguir quem era quem e por ser narrado por um homem há alguns palavrões e muitos comentários com conotação sexual, o que não me incomodou na verdade, já que encaixa na história e não é exagerado, mas fica de aviso para quem não gosta de palavrões ou coisas do gênero.

"Todos começamos tão confiantes, achando que temos o mundo na palma da mão. Se pararmos para pensar no número infinito de situações que podem nos fazer desmontar, jamais sairemos do nosso quarto". Pág. 267

*O livro foi adaptado para o cinema e o filme, de mesmo nome, foi lançado em setembro de 2014.

Comentários via Facebook

4 comentários:

  1. Oi Glau. Tudo bem?
    Não conhecia nem o livro e nem o filme, mas me pareceu muito interessante. Como seria difícil ler o livro agora (não o tenho), vou ver se encontro o filme on line hehe. Só de assistir ao trailer, já ri bastante então acredito que chorarei de tanto rir kkkk.
    Beijos

    Vidas em Preto e Branco 

    ResponderExcluir
  2. eu nem sabia desse livro mas já assisti um filme de uma moça que era dessa religião que mostrava um pouco sobre os costumes deles.
    achei a história um pouco triste pela resenha, mas interessante para saber de outras culturas.
    http://blogradioactive.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  3. Gostei da resenha Glaucea. Parece ser um livro bem descontraído e engraçado, ótimo para entreter. Beijo!

    www.newsnessa.com

    ResponderExcluir
  4. Olá Glaucea,

    Parabéns pela resenha, o livro parece realmente interessante e diferente....abraço.


    http://devoradordeletras.blogspot.com.br

    ResponderExcluir