Um livro por mês, além dos outros que a vontade escolher.
1 - Os homens que não amavam as mulheres
O
jornalista Mikael Blomkvist acaba de ser condenado e sentenciado a três
meses de prisão por difamar um poderoso financista. Recebe então uma
proposta intrigante: o grande industrial Henrik Vanger quer contratá-lo
para escrever a biografia de sua conturbada família. Mas, sobretudo,
Vanger quer que Mikael investigue o sumiço de sua sobrinha Harriet,
desaparecida sem deixar vestígios há quase quarenta anos. Henrik também
se dispõe a salvar a 'Millennium', revista capitaneada por Mikael, e que
se encontra em risco de falência. De início contrariado, o jornalista
acaba aceitando a tarefa.
Harriet
desapareceu quando sua família se reunia para um encontro em uma ilha.
Inteligente e sensível, a moça era a favorita de Henrik. Suspeitos não
faltam, pois, se todas as famílias tem esqueletos no armário, o clã
Vanger parece dispor de um cemitério inteiro. Em sua busca febril,
Mikael recebe a ajuda de uma jovem e genial hacker, Lisbeth Salander,
cuja magreza anoréxica só é comparável à fúria silenciosa que nutre
contra a sociedade. Mas, como Mikael logo compreende, se alguém esconde
um segredo torpe, é certo que Lisbeth irá descobri-lo. E, de fato, pouco
a pouco, o jornalista e sua improvável parceira desvendam um verdadeiro
circo de horrores.
Echo
Park é o décimo segundo romance em que Michael Connelly apresenta Harry
Bosch, um detetive experiente, obcecado pelos crimes que investiga.
Desta vez, Harry é assombrado por um fantasma. Um fantasma que o
perturba há treze anos.
Em
1993, ele investiga o desaparecimento da jovem Marie Gesto, que, após
ser vista indo ao supermercado, nunca mais foi encontrada. Como
vestígio, apenas seu carro com algumas de suas roupas e compras dentro.
Por mais que tenha lutado para descobrir seu paradeiro, Harry não
conseguiu concluir a investigação, que passou a figurar na lista da
delegacia de Casos Abertos / Não Resolvidos. Agora o detetive veterano
vislumbra a chance de poder, finalmente, desvendar o mistério que o
martirizou por tanto tempo.Raynard
Waits é um homem acusado de matar e esquartejar duas pessoas, mas
existem suspeitas de que ele também tenha cometido outros nove
assassinatos. Entre eles, o de Marie Gesto. Mas ele pretende propor um
acordo à Justiça para escapar da pena de morte. Em troca da atenuação de
sua pena, o réu mostraria onde estão os corpos das nove pessoas
desaparecidas e assassinadas por ele. A
partir daí, Harry Bosch terá que enfrentar inúmeros desafios, um após o
outro. Precisará estar próximo do homem que talvez seja o culpado por
tantos anos de agonia e dúvidas, provavelmente o inimigo mais sádico e
perigoso que tenha encontrado em toda sua vida. E ainda terá que
conviver com a culpa por ter ignorado uma pista que poderia ter
concluído o caso ainda em 1993, evitando a série de assassinatos que se
seguiu.
Quatro
amigos americanos de férias em Cancún, Mexico - Jeff, Amy, Eric e Stacy
- conhecem um turista alemão que os convence a participar de uma busca a
seu irmão, Henrich, que desapareceu com a namorada depois que foi ao
local visitar umas ruínas. Os jovens em breve se arrependerão de ter
aceito o convite, quando perceberem que estão presos na selva e
aterrorizados por sinais que indicam que eles foram levados em direção
ao mal...
Na
sombra do poder, a verdade parece mais clara. Todo o luxo da
escandalosa corte de Charles II, rei da Inglaterra, não é capz de
ofuscar os olhos e ouvidos da dama de honra Alice Verney, sempre atenta
às fofocas e intrigas dos bastidores do governo. Ela jura que a princesa
foi assassinada e que a próxima vítima será a rainha. Mas quem acredita
nela? Anjos das Sombras, de Karleeen Koen, é um romance sobre o poder, a
luxúria e os labirintos da corte ingles do século 17, reconstituída em
detalhes por uma das maiores contadoras de histórias de nosso tempo.
Ao
mesmo tempo alegoria de uma China em transformação e uma análise
seminal dos protestos estudantis da Praça da Paz Celestial que
culminaram no massacre de junho de 1989, PEQUIM EM COMA é a obra-prima
do escritor chinês Ma Jian. Com humor negro, fina ironia, beleza poética
e uma raiva profunda, este extraordinário romance confirma o autor como
um dos mais intensos escritores chineses da atualidade.
Nascido
em Qingdao, China, e, atualmente morando na Inglaterra, Ma Jian chegou a
participar, na primavera de 1989, do movimento que reuniu milhares de
estudantes chineses na Praça da Paz Celestial, no centro de Pequim.
Massacrados pelo Exército ao exigir que o regime comunista promovesse
reformas democráticas, os estudantes marcaram para sempre não apenas a
história de seu país e do mundo, como a imaginação de Ma Jian.
Em
PEQUIM EM COMA, seu épico sobre o massacre, o autor conta a história de
Dai Wei, um dos estudantes envolvidos nas manifestações. Há quase uma
década em coma profundo, após ser atingido pela bala de um dos soldados,
seu corpo é sua prisão. Mas as lembranças permitem a fuga. Acompanhamos
quando ele se apaixona, larga a escola, chega à universidade, reflete
sobre as mudanças, sobre o passado traumático dos pais durante a
Revolução Cultural e sobre o presente.
Em
coma, Dai Wei não pode enxergar ou se mover, mas ouve tudo o que
acontece no mundo ao seu redor: o esforço da mãe para mantê-lo com vida;
a ação do governo para suprimir toda a memória do Massacre da Praça da
Paz Celestial; o envolvimento de seus amigos com o capitalismo frenético
da China. Conforme o relato minuto-a-minuto dos acontecimentos que
culminam no tiro se torna mais intenso, o leitor se vê hipnotizado por
uma fascinante jornada emocional, onde os limites entre vida e a morte
se tornam cada vez mais nebulosos.
Nessa
saga familiar, os personagens vivem as aspirações, conflitos e paixões
que refletem as forças transformadoras da sociedade em Portugal e no
mundo então.
As
intrigas e os acontecimentos que cercam o velho Afonso da Maia, seu
neto Carlos Eduardo - que vive um amor impossível com Maria Eduarda -,
João da Ega, o conde de Gouvarinho e outras figuras tornaram-se
verdadeiros símbolos de uma nação que debatia seu próprio destino e
fracassava em construí-lo.
A
ironia, o sentimentalismo e a crítica mordaz são alguns dos componentes
fundamentais da grandiosidade literária de Eça de Queirós, que se
completa na criação de seus personagens e na construção novelística, na
descrição comovente e dramática da vida e da sociedade de seu tempo.
Obra
máxima de Eça de Queirós, marco da literatura portuguesa, Os Maias
envolve o leitor na irresistível atmosfera da Lisboa de fins do século
XIX. Tendo como protagonistas Afonso, Pedro e Carlos Eduardo da Maia, e
apresentando outros personagens memoráveis, como João da Ega, Dâmaso
Salcede, Maria Eduarda e o casal Gouvarinho, narra a trajetória de uma
família, a história de um amor impossível e os rumos de um país. Eça dá
vida a um refinado jogo social e compõe um panorama da cultura e dos
problemas sociais e políticos do seu tempo, numa prosa limpa, cortante e
inigualável.
Um
homem religioso, uma mãe depressiva, um adolescente, uma garota dona de
casa, um cachorro amedrontado e dois ladrões frustrados. Esses e outros
personagens são os ingredientes chave para o romance jornalístico A
sangue frio, de Truman Capote. O livro é uma reportagem investigativa
sobre o assassinato de quatro membros da família Clutter, o casal e seus
dois filhos caçulas, ocorrido em 1959 na cidade de Holcomb, no Kansas,
Estados Unidos.
No
panorama da ficção contemporânea, ´Pássaros Feridos´ tem, sem dúvida,
um lugar de honra. Trata-se de um romance denso, épico, pungente e
literariamente bem estruturado. Seus personagens, sofridos e marcantes,
se integram num cenário rude e fascinante: as vastas extensões dos
campos australianos, povoados de carneiros e rarefeitos de homens, que
forçam seus minguados habitantes a uma existência isolada, pioneira,
quase primitiva, na qual os caracteres se modelam muito à semelhança
desse ambiente.
10 - Conversando com Mrs. Dalloway
Celia
Blue Johnson apresenta nesse maravilhoso livro as histórias por trás de
50 clássicos. O que inspirou e fez cada uma ganhar corpo e tornar-se um
sucesso da literatura. Autores como J.R.R. Tolkien, Gabriel García
Márquez e Lewis Carroll tiveram inspiração em frases aleatórias, lugares
ou fatos corriqueiros para compor verdadeiras obras-primas. Os
clássicos da literatura universal tratam não só da crítica e pensamento
da época em que foram escritos, mas da universalidade dos sentimentos
humanos no decorrer do tempo, tornando-os imortais. Conhecer mais do
processo criativo dos grandes escritores nos aproxima tanto dessas
histórias como de nossas próprias vidas.
11 - Spotlight: Segredos revelados
"Ganhador
do Prêmio Pulitzer, este livro conta a história real de um grupo de
corajosos jornalistas que denunciaram uma sucessão de abusos de
crianças, obrigando a Igreja Católica a prestar contas. Em janeiro de
2002, o jornal The Boston Globe publicou uma série de reportagens que
chocou o mundo. Centenas de crianças em Boston sofreram abuso sexual por
parte de padres certos de sua impunidade, eles agiam com o aval das
autoridades religiosas, que acobertaram seus crimes por décadas. As
reportagens revelaram a obscena quantia gasta pela Igreja Católica com
subornos para comprar o silêncio das vítimas cujas vidas foram
devastadas por pedófilos que, vestidos com o hábito, tinham o Pai Nosso
na ponta da língua. A denúncia abalou as estruturas da Igreja Católica e
deixou milhões de fiéis no mundo inteiro estarrecidos, furiosos e
indignados: a instituição, em vez de servir e proteger a comunidade,
usou sua poderosa influência para se resguardar do escândalo. Este
relato, que inspirou o filme Spotlight, indicado ao Oscar em 6
categorias, é uma exposição violenta e importante do abuso de poder por
uma das mais altas esferas da sociedade. The Boston Globe foi o único
jornal que teve a persistência e a coragem de enfrentar essa história,
forçando a arquidiocese de Boston a quebrar o sigilo de documentos
internos, que escancararam, finalmente, as proporções do escândalo.
Peggy Noonan, The Wall Street Journal".

12 - Novelas exemplares
Antes
da publicação da segunda parte de Dom Quixote, em 1613, Cervantes lança
uma outra aventura: Novelas exemplares. Como gênero literário, a novela
já existia, mas, como nota o próprio Cervantes, ele é o primeiro a
tentá-la na Espanha. Ele experimenta o gênero em todas as direções
possíveis, com relatos bizantinos, cortesãos ou picarescos. E mais:
busca estabelecer um padrão realista, fala do cotidiano das pessoas, de
uma Espanha que podia ser vista da janela de casa. É interessante notar
como ele, filho de uma sociedade machista, sabe das dores femininas e
pinta mulheres inteligentes e espirituosas, quando outros as queriam
apenas lindas e submissas. É exemplar como Cervantes, homem de
temperamento satírico, conseguiu despistar a censura, deixando
transparecer entre exaltações aos reis e à Igreja, seu país violento e
sensual, trapaceiro e cobiçoso, em que o estupro, por exemplo, é aceito
com naturalidade, e um casamento é o único sinal de respeito que se tem
pelas mulheres. A edição traz aparatos críticos de estudiosos do autor,
notas, poemas em sua versão original e ilustrações.