A música que mudou minha vida - Robin Benway

Autora: Robin Benway
Editora: Galera Record

A vida de Audrey Cuttler não tem sido a mesma desde que aquela música chegou ao topo das paradas. Ela só queria ir a shows, andar com seus amigos e, talvez, arrumar um encontro com o gatinho do trabalho, mas agora Audrey é... famosa! 

Não famosa tipo coisas-grátis-e-crachás-para-o-camarim. Famosa tipo paparazzi-escondidos-nos-arbustos, o-pior-momento-da-sua-vida-estampado-por-toda-a-primeira-página. Tudo por causa da música que seu ex-namorado fez sobre o rompimento dos dois - o hit do momento, quer dizer, um desastre!

Audrey não quer ser a garota sob os refletores, mas uma vez que o mundo decide que ela é uma estrela, será que a vida algum dia vai ser normal de novo? Prepare-se para descobrir, porque está na hora de  Audrey contar o seu lado da história.


"...Mas a verdade é: eu terminei com Evan e, oito horas depois, ele tinha uma música na cabeça e uma guitarra nas mãos, e tudo aconteceu a partir de então." Pág. 8

O livro começa basicamente assim, com Audrey contando como sua vida virou de cabeça para baixo após seu ex-namorado estourar nas paradas de sucesso com uma música sobre o fim do relacionamento entre os dois, mais especificamente sobre como Audrey partiu seu coração. A partir daí ela passa a ser perseguida por paparazzis, repórteres, fãs e todas as outras coisas dignas de celebridade instantânea.

O livro é narrado como se a música e toda a situação fossem reais. A narração é em primeira pessoa, e Audrey conta sua versão como se nós já conhecêssemos a versão da mídia, visto fotos e vídeos. É muito fácil se identificar com os personagens e eu acredito que isso se deve em grande parte pela narração. A forma como a autora escreve é a que estamos acostumados, como se estivessemos em uma conversa com amigos, do tipo informal, com direito a girias e algumas vezes irônica.
Os personagens são cativantes. Eu tenho sérios problemas com personagens, sempre tem algum que me irrita, e quando são adolescentes tendem a ser inseguros e ingênuos, o que triplica a irritação. Mas em A música que mudou a minha vida eu gostei do todos os personagens. TODOS. Os personagens são tão bem construídos que até os 'vilões' conseguiram me conquistar.
Audrey tem 16 anos e é madura e forte considerando tudo o que acontece em sua vida. Não se deslumbra com toda a fama repentina e tenta manter sua vida normal de sempre. Audrey também é divertidamente irônica e sarcástica. É o tipo de adolescente normal, com todos os medos, inseguranças, dramas e conflitos. Mas para lidar com os problemas sempre tem por perto sua melhor amiga Victoria, a diversão em pessoa. E no meio de tudo isso tem ainda seu romance conturbado com James, o colega de trabalho.

Ah, acredite, eu mudei. Mas teria mudado mesmo que nada disso tivesse acontecido. Certo? Quer dizer, tenho 16 anos. Faço coisas idiotas, mas qual é, todo mundo faz coisas idiotas. Espera-se que eu mude e cometa erros e beije o cara errado e o cara certo e brigue com os meus amigos. Pág. 355

Outra carateristica de Audrey é que ela á apaixonada por música. Na verdade, essa é uma caracteristica de grande parte dos personagens, então o mais certo a dizer é que o livro tem a música como base, o que já dá pra perceber pelo título e capa. Cada capítulo é iniciado pelo trecho de uma música que sempre tem relação com a história desse capítulo. Algumas bandas são conhecidas, como Green Day, Radiohead e Oasis ♥, e outras eu não conhecia, então quando terminei de ler fui pesquisar e baixar algumas músicas. A orelha do livro é escrita pela Anna Júlia, que inspirou a música do Los Hermanos. Isso deixou a história do livro ainda mais interessante, porque dá pra ver que não é uma história muito fantasiosa, é algo que pode realmente acontecer.
Se fosse pra resumir o livro em uma palavra, eu diria que é divertido. Mas ao mesmo tempo que parece ser  uma boa definição, parece também ser um adjetivo pobre considerando o tanto que eu gostei do livro. Apesar de não ser super original, também não é totalmente clichê. É um livro leve, gostoso e viciante.

Pra terminar, vou fazer uso da frase da Meg Cabot na contracapa do livro: "Irresistível como uma música boa que você não consegue tirar da cabeça! Eu amei, amei, amei!"